7º Ano - A divisão do mundo de acordo com a visão eurocêntrico


O ato de regionalizar refere-se ao processo de agrupar, ou melhor, analisar o espaço geográfico conforme características específicas. A região, nesse sentido, constitui-se como uma unidade geográfica de análise, pois nos permite enxergar a realidade espacial do mundo a partir de uma determinada forma. Nesse sentido, em uma perspectiva geral, regionalizar significa individualizar uma parte do espaço a partir de um critério determinado. Tal região não existe de fato, mas apenas em termos de representação intelectual.
Dessa forma, quando há uma regionalização, há também uma visão de mundo, pois cada pessoa pode organizar e individualizar o espaço à sua maneira. Quando falamos em uma regionalização eurocêntrica, falamos da forma como boa parte dos intelectuais europeus, sobretudo de tempos pretéritos, enxergou o globo. Tal divisão tornou-se famosa por ter sido amplamente difundida por meios de comunicação e também pelo senso comum, tornando-se parte da vida de muitas pessoas. Essa regionalização dividiu o planeta em velho mundonovo mundo e novíssimo mundo.
A seguir podemos conferir no mapa a regionalização mundial conforme a visão eurocêntrica.
Descrição: Mapa do mundo conforme a visão eurocêntrica da humanidade
Mapa do mundo conforme a visão eurocêntrica da humanidade
Velho mundo: o “velho mundo”, muitas vezes utilizado como sinônimo de continente europeu refere-se ao mundo conhecido desde a Antiguidade pelos povos europeus, os mesmos que mais tarde chegaram às terras ameríndias e impuseram aqui o seu modo de vida e sua visão de mundo. Essa região envolveria, no entanto, além da Europa, a África (ou partes dela) e a Ásia.
Novo mundo: a expressão “novo mundo” é largamente utilizada para designar o continente americano. Esse termo foi empregado para designar as “novas terras” descobertas ao final do século XV em diante com a chegada de Colombo à América (embora tenha se descoberto, tempos depois, que aquelas terras constituíam, na verdade, outro continente).
Novíssimo mundo: Essa expressão existe porque o seu território correspondente – basicamente o continente da Oceania – foi colonizado somente a partir do século XVIII.
Essa regionalização, além de expressar a visão de mundo europeia, também serviu para expandir a sua colonização no mundo das ideias, dando a entender que só existia civilização, antes do período colonial, na Europa. No entanto, sabemos que civilizações milenares habitavam as demais partes do planeta. Outra questão importante é a consideração de que essa divisão é histórica, pois, geologicamente, locais como o território brasileiro, por exemplo, são muito mais antigos do que outras formações naturais do “velho” mundo.
Descrição: O eurocentrismo divide o mundo em “velho”, “novo” e “novíssimo”
O eurocentrismo divide o mundo em “velho”, “novo” e “novíssimo”.
Fonte:
Os tratados de divisão da América entre Portugal e a Espanha
A expansão marítimo-comercial europeia, ocorrida a partir do século XV, fez parte do processo histórico no qual as burguesias europeias buscavam ampliar seus lucros por meio da criação de novas e lucrativas rotas comerciais. Nesse contexto, Portugal e Espanha contaram com condições históricas que favoreceram o pioneirismo de ambas as nações nesse processo.

         Durante o século XV, Portugal empreendeu a conquista de domínios ao longo da Costa Africana. Os espanhóis finalizaram a formação de seu Estado nacional, em 1492. Naquele mesmo ano, a Coroa Espanhola iniciou sua expansão marítima apostando no projeto circunavegatório do navegador genovês Cristóvão Colombo. Pensando ter chegado às Índias, o navegador italiano encontrou o continente americano.

        O anúncio da existência do novo continente inseriu os espanhóis na disputa por novas áreas de exploração colonial. Temendo uma abrupta ascensão marítimo-comercial espanhola, Portugal ameaçou entrar em conflito com os espanhóis, caso suas possessões fossem desrespeitadas. Evitando a deflagração de uma guerra, a Espanha solicitou o papa Alexandre VI para arbitrar a questão.

       Em 4 de maio de 1493, a Bula Inter Coetera estabeleceu um acordo que determinava as regiões de exploração de cada uma das nações ibéricas. De acordo com o documento, uma linha imaginária a 100 léguas (660 quilômetros) da Ilha de Açores dividia o mundo, determinando que todas as terras a oeste dessa linha seriam de posse da Espanha e a leste seriam fixados os territórios portugueses. Dessa maneira, a disputa parecia resolvida.

     No entanto, por motivos não muito claros, o rei Dom João II exigiu a revisão do acordo diplomático. Alguns historiadores levantam a hipótese que a Coroa Portuguesa sabia da existência de terras na parte sul do novo continente. Dessa maneira, as autoridades lusas mais uma vez ameaçaram a Espanha caso o pedido de revisão não fosse acatado. Mais uma vez, o papa foi convocado para intermediar novas negociações.

     No dia 7 de julho de 1494, o Tratado de Tordesilhas transformou os limites do antigo pacto. Segundo o novo acordo, todas as terras descobertas até o limite de 370 léguas (2500 quilômetros) a oeste de Cabo Verde seriam de domínio português, sendo as restantes de posse espanhola. Com esse novo acordo, Portugal assegurou sua autoridade sobre parte dos territórios do Brasil, que teve sua descoberta anunciada seis anos mais tarde.

     Ao contrário do pretendido, esse novo tratado não deu fim às disputas pelo continente americano. No século XVI, nações como Inglaterra, França e Holanda começaram a empreender seu processo de expansão marítima. Insatisfeitas com a decisão papal, tais nações utilizaram do contrabando, das invasões e da pilhagem em repúdio ao monopólio português e espanhol.

Descrição: Os limites do Tratado de Tordesilhas: Portugal já havia encontrado as terras brasileiras?
Os limites do Tratado de Tordesilhas: Portugal já havia encontrado as terras brasileiras?
Fonte:
Vídeos Aulas:
https://youtu.be/0i83n9heCM8 A divisão do Novo Mundo.
Exercícios de fixação
1-      (UnB-DF) Sobre a expansão marítima portuguesa e espanhola, pode-se afirmar que:
a) a princípio, a expansão portuguesa foi promovida pela burguesia e caracterizou-se pelos seus fins pacíficos e comerciais.
b) os portugueses conseguiram manter o monopólio comercial no Oriente e este monopólio garantiu ao Estado português grandes lucros.
c) com o apoio dos armadores espanhóis e da Rainha Isabel de Castela, o italiano Cristóvão Colombo chegou à América em 1492.
d) a exploração colonial espanhola de metais preciosos inflacionou os preços na Europa.

2-      (Mackenzie-SP) Assinale a alternativa correta acerca da Expansão Ultramarina Europeia.
a) A corrida expansionista de Portugal e Espanha gerou, na segunda metade do século XV, um período de grande cooperação entre esses reinos europeus, denominado de União Ibérica.
b) Posteriormente à descoberta do novo continente, o grande afluxo do ouro e da prata americanos para a Europa gerou uma significativa baixa nos preços dos alimentos.
c) O navegador Cristóvão Colombo provou, com sua viagem, a tese do el levante por el poente, isto é, de que seria possível alcançar as Índias, no Ocidente, navegando em direção ao Oriente.
d) As chamadas Grandes Navegações Europeias inserem-se no processo de superação dos entraves medievais ao desenvolvimento da economia mercantil e ao fortalecimento da classe burguesa.
e) Em agosto de 1492, a nau Santa Maria e as caravelas Nina e Pinta partiram de Palos, na Espanha, rumo ao leste, e atingiram, em outubro do mesmo ano, a costa da América do Norte.

3-      O rei Francisco I, da França, utilizou da ironia para repudiar a divisão do mundo entre espanhóis e portugueses ao comentar: “Gostaria de ver o testamento de Adão para saber de que forma este dividira o mundo”. Com esta frase, o rei francês criticava o:
a) Tratado de Versalhes.
b) A Bula Inter Coetera.
c) Tratado de Tordesilhas.
d) Tratado de Brest-Litovski.
e) Tratado de Madri.

4-      Descreva a importância do tratado de Tordesilhas mesmo antes da descoberta do Brasil por Pedro Alvares Cabral:

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