6º Ano - Como cada pessoa aprende
Segundo o dicionário Michaelis a
palavra aprendizagem é derivada do substantivo
aprendiz, termo que caracteriza aquele que aprende ou dá os primeiros passos em
uma atividade, arte ou ofício. Assim, a aprendizagem pode ser definida como o
ato de aprender ou adquirir conhecimento através da experiência ou de um método
de ensino.
Desde a Antiguidade, o interesse em compreender como o homem
aprende e as reflexões acerca de sua natureza já eram objetos de estudo. O
desenvolvimento das disciplinas científicas no século XIX, entre elas a
Psicologia, contribuiu para o desenvolvimento de diferentes teorias sobre o
processo de construção do conhecimento e demais teorias cognitivas que se preocupam em analisar o
desenvolvimento desta capacidade humana. No século XX, diversos estudos
baseados em experimentos e observações contribuíram para a abertura de um campo
de estudos que mais tarde iria se estruturar em torno de diferentes teorias
cognitivas ou teorias de aprendizagem, ressaltando os aspectos relacionados aos
processos de construção e desenvolvimento do conhecimento, o papel da educação
e demais atividades relacionadas ao sujeito que aprende.
O
processo aprendizagem pode ser compreendido através de diferentes perspectivas,
mas independentemente da prioridade que dão a determinados fatores, um ponto
comum presente nas teorias da aprendizagem é a correlação entre as
representações e condições internas do sujeito e as situações externas a ele.
Tendo em vista a ação do sujeito sobre o meio e a maneira como cada pessoa
organiza, aprende e interiorizam as informações de uma dada realidade, a
aprendizagem resulta em uma transformação que tem por base as experiências do
sujeito no mundo a partir das interações por ele estabelecidas. Portanto,
conceitualmente a aprendizagem pode ser definida como o processo de aquisição
de informações, conhecimentos, habilidades, valores e atitudes possibilitados
através do estudo, do ensino ou da experiência.
A
aprendizagem é um processo complexo, pois sua fonte encontra-se no meio
natural-social, abrangendo os hábitos que formamos e a assimilação de valores
culturais ao longo do processo de socialização. Nele ainda intervêm muitos
fatores internos de natureza psicológica e biológica que interagem entre si e
ambos com o meio externo. Assim, a situação em que ocorre a aprendizagem pode
ser compreendida como o momento em que a criança enfrenta uma exigência
externa, e portanto social, e consequentemente mobiliza e desenvolve respostas
para atender de maneira satisfatória essa exigência.
Ainda
que não se possa se restringir aos processos ocorridos exclusivamente no
ambiente escolar, o reconhecimento de que há uma característica individual no
modo como cada pessoa aprende implica necessariamente em uma revisão crítica e
constante avaliação dos processos de ensinar e aprender, reconhecendo a
existência de diferentes estilos de aprendizagem, planejando e aplicando
estratégias de ensino de acordo com os ritmos de aprendizagem de cada aluno.
A
aprendizagem configura-se, portanto, como processo e produto inacabados e
diferentemente desenvolvidos. Compreender e intervir de forma propositiva sobre
diferentes ritmos de aprendizagem resulta, por parte do sujeito que aprende, na
construção do conhecimento e no aprimoramento do desenvolvimento cognitivo,
tornando-o o maior responsável pelo controle da própria aprendizagem, capaz de
refletir e pensar com autonomia assim como aplicar o conhecimento a novas
situações ao longo da vida.
Fonte:
Vídeo Aulas:
https://youtu.be/n5U83znAsbI Como
Aprendemos.
Múltiplas Inteligências
No
início dos anos oitenta, na Universidade de Harvard, Estados Unidos, o
psicólogo Howard Gardner concluiu, através de suas pesquisas, que a
inteligência humana é como um quebra-cabeça composto por nove peças, todas de
mesmo valor e importância. Segundo Gardner, são características que classificam
que tipo de inteligência cada pessoa possui, bem como quais as facilidades que
essas trazem para nossa vida.
Antes
dessa descoberta, a principal teoria que tratava da inteligência era a de
Alfred Binet, que criou um teste de inteligência que media o QI (quociente de
inteligência), mas sua área de atuação se limitava apenas à matemática
e linguagem.
A
palavra inteligência tem sua origem na junção de duas outras palavras latinas,
a palavra inter (entre) e a
palavra legere (eleger ou escolher), ou seja, é a
capacidade de fazer a escolha melhor entre duas ou mais situações.
As
inteligências levantadas na pesquisa de Gardner saem dessas duas áreas e passam
a ter uma área bem mais abrangente, sendo elas: linguística, lógico-matemática,
espacial, pictória, musical, corporal-sinestésica, naturalista, interpessoal e
intrapessoal, existentes no cérebro de todos os seres humanos, sendo que cada
um tem as que são mais e menos desenvolvidas.

Área
cerebral de cada inteligência
A
Inteligência Verbal ou Linguística aparece aos dois anos de idade, porém vai se
definindo ao longo da vida. As pessoas que possuem essa inteligência
desenvolvida, mesmo sem ter passado pela escola, conseguem organizar suas
frases de forma clara e objetiva. Normalmente são pessoas que gostam de ler,
escrever, tem boa memória, ótima verbalização e sabem debater. Aparece mais em
escritores, poetas e profissionais da área de publicidade e jornalismo. Se essa
inteligência não é bem desenvolvida na infância, o indivíduo apresenta
dificuldades na fala ou não se interessa por aulas de outros idiomas.
Lógico-matemática está
presente em pessoas que podem enxergar as projeções geométricas, têm facilidade
para solucionar problemas matemáticos, da área da informática, química ou
física. Pessoas como mestres-de-obras, economistas, engenheiros e matemáticos a
tem em evidência.
A
Espacial aparece em pessoas com bom sentido de localização, facilidade com
mapas, gráficos e diagramas. Está explícita em arquitetos, navegadores,
jogadores de xadrez e estrategistas.
A
Pictórica está ligada a pessoas com facilidade em se expressar através dos
desenhos, pinturas e esculturas e que criam imagens mentais. Os pintores,
escultores e artistas plásticos possuem essa inteligência mais
desenvolvida.
A
inteligência musical está presente em crianças que se movimentam ao som de uma
música como que obedecendo a ordens, pessoas que tem boa entonação de voz,
ritmo, timbre e sensibilidade emocional à música. Aparecem em compositores,
músicos, maestros e cantores.
Corporal-cinestésica
é a capacidade de resolver problemas ou elaborar produtos utilizando o corpo
inteiro ou parte do mesmo. Muito aguçada em bailarinos, jogadores de futebol e
outros atletas, cirurgiões, artistas de circo e mecânicos. Precisa ser
trabalhada quando a criança não consegue fazer atividades que exigem controle
motor refinado, como amarrar cadarços, fazer o número quatro com seu
corpo etc.
Naturalista
é a inteligência das pessoas que se descobrem como parte integrante do mundo
animal e vegetal. Pessoas que falam com as plantas, com animais e se percebem
como folha da árvore desta floresta que é a vida.
Interpessoal é
a maneira como construímos nossas relações com outras pessoas e a forma como
nos sentimos completos em relação a elas. Podemos percebê-la em pessoas
com sociabilidade, cooperação, capacidade de fazer amigos, comunicabilidade. Aparecem
em políticos, professores, líderes religiosos, conselheiros, vendedores,
gerentes e relações públicas.
Intrapessoal é
a inteligência da autoestima, do autor respeito e da auto aceitação, ou seja, é
a maneira como a pessoa se vê, como conviver com suas limitações e
potencialidades. Aparece em pessoas otimistas, que respeita seus valores morais
e princípios. Aparecem em psicólogos, filósofos, romancistas, gurus e
místicos.
Assim,
vimos que o cérebro é constituído das nove inteligências emocionais e isso
tem ajudado muito a escola, os professores, os pais e os próprios alunos a
entenderem seu processo de aprendizagem. Os professores, bem como a escola de
forma geral, precisam passar por períodos de reciclagem a fim de buscar
novas formas de trabalho, que se baseiem no respeito à integridade do
indivíduo, bem como as formas de avaliar os alunos, através da sensatez e da
sensibilidade.
Fontes:
Vídeo aula:
Exercícios
de aplicação – pág. 263
1 Converse
com seu professor e seus colegas sobre a seguinte questão: você possui
facilidades para aprender determinados assuntos e dificuldades para outros?
Justifique sua resposta.
2. Em sua opinião, o que você poderia fazer para
auxiliar colegas que têm dificuldade em determinadas disciplinas que você tem
facilidade?
3. A
teoria das inteligências múltiplas
A. foi desenvolvida por Paulo Freire.
B. entende que
há apenas três tipos de inteligência.
C. foi
desenvolvida para demonstrar que há somente a capacidade de acertar e de errar.
D. entende que a
inteligência lógico-matemática é a mais importante.
E. entende que
há vários tipos de inteligência.
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