8º Ano - Congresso de Viena
Em 1814, após tantas investidas sem resultado definitivo,
as monarquias europeias finalmente conseguiram abater as hábeis tropas que
garantiam o controle de Napoleão sobre a Europa. O carisma e o talento militar
do general Bonaparte eram capazes de fazer com que as tropas francesas tivessem
a capacidade de vencer batalhas que pareciam estar completamente perdidas. De
fato, foi por meio desses e outros recursos que o exército francês conseguira
tomar vários dos estados absolutistas do Velho Mundo.
Naquela época, tendo o mapa político europeu alterado por
todas essas batalhas e conquistas, coube às grandes potências monárquicas
reorganizar os governos da Europa. Dessa forma, representantes de países como
Rússia, Prússia, Inglaterra, Áustria e a própria França se reuniram para
resolver questões de fronteira e determinar a legitimidade dos governos que
assumiram cada um dos Estados Nacionais. Mas seriam apenas essas as
preocupações que motivaram tal reunião?
Na verdade, os participantes do Congresso de Viena tinham
preocupação com a situação e os direitos dos reis na Europa pós-Napoleônica. A
disseminação do ideário liberal e o próprio sucesso da Revolução Francesa eram
indícios inegáveis de que o poder absolutista não poderia mais se comportar da
mesma forma. Foi por isso que, até os estadistas mais conservadores,
reconheciam a urgência de se criar constituições que abrissem caminho para a
existência de direitos políticos e sociais mais amplos.
A primeira medida de impacto tomada pelo congresso foi
conceder o governo da França para Luís XVIII, irmão do rei Luís XVI, que havia
sido guilhotinado durante a experiência revolucionária francesa. Além disso, o
governo francês perdeu todos os territórios conquistados pelos seus exércitos e
foi obrigado a pagar uma pesada indenização para as nações prejudicadas pelas
invasões napoleônicas. Enquanto a dívida não fosse quitada, os exércitos
absolutistas europeus continuariam na França.
Com relação aos demais países afetados pela revolução, os
principais dirigentes absolutistas decidiram adotar o princípio de
legitimidade. Segundo essa diretriz, todas as dinastias que reinavam na Europa
antes da Revolução Francesa teriam o governo e seus territórios reintegrados.
Contudo, aproveitando o prestígio político alcançado pela vitória contra
Napoleão, os representantes ingleses, russos, austríacos e prussianos
conquistaram o direito de dominar territórios fora da Europa. Tal medida
serviria como uma recompensa aos serviços prestados em defesa das monarquias
europeias.
Outra medida envolvendo os esforços de Rússia, Prússia e
Áustria foi a criação da Santa Aliança, um pacto de natureza política e militar
que visava defender as medidas adotadas no Congresso de Viena. Nesse sentido, o
exército formado a partir desse acordo tinha como função combater levantes
liberais e preservar a autoridade dos governos europeus sobre as suas colônias.
Por conta dessa última diretriz, a Inglaterra não aderiu às
forças da Santa Aliança. Tal recusa se justificava no interesse britânico em
manter relações comerciais próximas com as nações americanas que tinham alçado
sua independência. Por fim, a Santa Aliança acabou não alcançando o êxito
esperado por causa dos vários levantes liberais que tomaram o Velho Mundo no
século XIX e a incapacidade de frear o processo emancipatório que tomava conta
do continente americano.
Fonte:
Vídeo
Aula:
https://youtu.be/NrnaFKBAFig Congresso de Viena.
Santa aliança
Nas primeiras décadas do século XIX, as monarquias europeias
foram seriamente ameaçadas pela avassaladora expansão militar de Napoleão
Bonaparte. Este, na qualidade de governante da França, bateu as grandes
potências militares que se opunham aos interesses daquele governo de caráter
burguês. Contudo, no ano de 1815, graves derrotas permitiram que as tropas do
Antigo Regime pudessem dar fim à supremacia napoleônica.
Passado esse período, os monarcas de toda a Europa tinham
duas preocupações fundamentais: restaurar o antigo mapa político remexido pelas
invasões de Bonaparte e conter a expansão dos ideais de igualdade, liberdade e
fraternidade disseminados pelos brados da revolucionária experiência francesa.
Na resolução da primeira questão, o enfraquecimento da França e o desgaste das
demais nações européias facilitaram a restauração das fronteiras do Velho
Mundo.
Agora, no que tange a contenção das promessas liberais, os
monarcas da Europa optaram pela formação de um exército destinado a legitimar o
poder das monarquias. Foi então que, durante o Congresso de Viena, em 1815, os
reis da Prússia, Rússia e Áustria entraram em acordo para a criação dos
exércitos que comporiam a Santa Aliança. Dessa forma, a força das armas seria a
solução encontrada contra o possível avanço de outras revoluções.
Segundo seus pontos, o acordo que formou a Santa Aliança
salientava a ajuda militar a todos aqueles reinos que tivessem sua soberania
ameaçada. Além disso, defendia o direito dos reinos de Portugal e Espanha em
retomar o controle das colônias que, naquele período, proclamavam a sua independência.
Essa última decisão acabou afastando o precioso apoio militar britânico, tendo
em vista as vantagens econômicas que a Inglaterra esperava firmar junto às
nações americanas independentes.
Em um primeiro instante, as pretensões desse projeto de cooperação
político-militar pareciam ser devidamente cumpridas. Durante a década de 1820,
as tropas aliancistas conseguiram derrotar alguns levantes liberais que tomaram
conta da Espanha, do Reino das Duas Sicílias e alguns Estados alemães. Em
contrapartida, a Santa Aliança não conseguiu conter o avanço dos movimentos
separatistas que mobilizaram vários pontos do continente americano.
Durante a década de 1830, esse projeto caiu por terra não
mais sendo sustentado pelas nações que se juntaram contra a mudança da cena
política europeia. A força das armas não teve o desempenho esperado contra as
ideologias que criticavam o Antigo Regime. Liberais, nacionalistas e
socialistas surgiam em diferentes partes do Velho Mundo, reivindicando a queda
dos privilégios monárquicos e a igualdade de governos de orientação
democrática.
Fonte:
Vídeo
Aula:
https://youtu.be/yzH1_wAUWcY Santa
Aliança.
1. Explique o
princípio da legitimidade e a política do equilíbrio europeu.
2. Cesgranrio-RJ
Na caricatura,
os vencedores de Napoleão – o rei da Inglaterra, o rei da Prússia, o czar da
Rússia e o imperador austríaco – preparam-se para dividir um patê, que contém o
antigo imperador. Sob a mesa, o rei francês Luís XVIII espera as migalhas.
No que se refere
a esse momento histórico, é incorreto afirmar que:
A. o Congresso
de Viena, ao reformular o mapa europeu e favorecer os grandes rivais da França
napoleônica, não respeitou as reivindicações nacionais das populações dos
territórios ocupados.
B. a França
recebeu algumas ‘migalhas’, pois manteve sua integridade territorial e teve
restaurada no poder a dinastia deposta pela Revolução Francesa, apesar de
temporariamente ocupada por forças militares vencedoras.
C. as grandes
reservas de matéria-prima necessárias ao desenvolvimento econômico dos países
vencedores encontravam-se nas áreas submetidas, até então, ao domínio da
França, o que explica a situação humilhante do rei francês na caricatura.
D. todos os
soberanos sentados à mesa obtiveram vantagens territoriais pelo Congresso de
Viena, contudo coube a Inglaterra a anexação da maior parte de áreas estratégicas
para a manutenção da supremacia marítima.
E. alguns dos
países cujos soberanos foram retratados na caricatura reuniram-se, dando origem
à Santa Aliança, na tentativa de evitar, a qualquer custo, a eclosão de
revoluções liberais, contendo a burguesia e mantendo o Antigo Regime.
3. O que foi a
Santa Aliança e de que forma sua criação impactou na América?
4. PUC-SP
Um dos objetivos
do Congresso de Viena foi
A. a formação de
sociedades secretas para a perseguição dos liberais e dos nacionalistas
europeus.
B. a criação da
Santa Aliança destinada a manter a liberdade natural do homem, garantida pelas constituições
nacionais.
C. o
fortalecimento dos princípios de legitimidade e da nacionalidade, por meio do
sistema de compensações financeiras e territoriais.
D. renovar as
relações internacionais por meio da cooperação entre as nações, para a defesa
das liberdades nacionais.
E. reformar o
mapa político europeu que fora profundamente alterado pelas conquistas
napoleônicas.
5. UNESP
O Congresso de
Viena, entre 1814 e 1815, reuniu representantes de diversos Estados europeus e resultou:
A. na afirmação
do caráter laico dos regimes políticos e da importância da separação entre
Estado
e Igreja.
B. na criação da
Santa Aliança e no esforço de reafirmar valores do Antigo Regime.
C. na validação
da nova divisão política da Europa, definida pelas conquistas napoleônicas.
D. na derrubada
dos regimes republicanos e na restauração monárquica na França e na Inglaterra.
E. na defesa dos princípios do livre-comércio e da
emancipação das colônias na América.
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