9º Ano - A Filosofia e a ciência moderna
Censo
Comum
Quando analisamos aquilo que chamamos de consciente coletivo, é recorrente encontrar certos
pensamentos que são comuns à maioria das pessoas. De certa forma, isso
corresponde ao que conhecemos como senso comum.
Quer saber o que é o senso comum?
Então continue lendo este minipost!
O que é o senso comum?
O senso comum é a maneira
de pensar da maioria das pessoas, correspondendo a algumas
noções que são via de regra, admitidas por boa parte dos indivíduos. É aquele
conhecimento que adquirimos ao observar, vivenciar e experimentar o mundo.
O senso comum é obtido por meio de conhecimentos empíricos que
acumulamos ao longo da vida, sendo passados de geração em geração. Não se
baseiam no método científico.
Senso comum e senso
crítico: diferença
O senso comum associa-se
aquele conhecimento que não passa por reflexão,
sendo aceito pela maioria das pessoas sem questionamentos. Por sua vez, o senso crítico é fortemente baseado em
procedimentos de crítica e reflexão,
além de passar pelo crivo do método científico e
na pesquisa.
Dessa forma, o senso crítico analisa as informações
utilizando da inteligência para buscar uma conclusão satisfatória sobre
os mais variados acontecimentos e significados da vida e do mundo.
O que é senso comum na
filosofia?
Na Filosofia, o termo “senso comum” é
muito utilizado para buscar explicar tipos de interpretação realizados
por indivíduos sobre a realidade que os cerca, sem que esses
passem por nenhum tipo de estudo prévio ou mesmo que apresentem qualquer tipo
de prova.
Senso comum: exemplos
Existem diversas “verdades” que são passadas de geração a geração pelo senso comum, sem que
apresentem qualquer tipo de prova ou façam sentido cientificamente. Confira
alguns exemplos:
·
O número 13 é sinal de má sorte;
·
Vestir meninas recém-nascidas com a cor
vermelha traz sorte;
Diferentemente do senso comum, as provas de final de
ano como o Enem exigem
um conhecimento científico e crítico acurado. Que tal conhecer o nosso plano de estudos para
se der bem nessas provas e garantir sua vaga na universidade?
Fonte:
Vídeo Aula:
https://youtu.be/QqzZGyiRaJ4
o que é senso comum.
Os pensadores da ciência moderna
Filosofia
da ciência é a área da filosofia que pergunta sobre a ciência, de quais ideias
parte, qual método usa, sobre qual fundamento e acerca de suas implicações.
Apesar destes problemas gerais, muitos filósofos escreveram sobre algumas
ciências particulares, como a física e a biologia. Não apenas se utiliza a
filosofia para pensar sobre a ciência, como se utiliza resultados científicos
para pensar a filosofia.
Não
existe determinada ciência que faça parte dos estudos da filosofia da ciência.
As ciências naturais (ex.: biologia, química e física), formais (ex.:
matemática, lógica e teoria dos sistemas), sociais (ex.: sociologia,
antropologia e economia) e aplicadas (agronomia, arquitetura e engenharia) já
foram objetos de estudos filosóficos.
Historicamente,
já na Grécia Antiga se pensava sobre a ciência. Aristóteles (384 a.C.-322
a.C.), por exemplo, escreveu sobre a origem da vida, afirmando a possibilidade
de existir vida a partir de algo inanimado. A teoria da abiogênese (geração
espontânea) que ele defendia perdurou por diversos séculos. Além da origem da
vida, Aristóteles também se preocupou em elaborar um meio de estudar as
espécies, sendo ele o primeiro a propor uma divisão do reino animal em
categorias.
No
decorrer da história, a figura mais importante para a filosofia da ciência é
Francis Bacon (1561-1626), filósofo inglês responsável pela base da ciência
moderna, o método indutivo. A indução, método de parti-la de fatos particulares
chegar a conclusões universais, já existia, mas é Bacon o responsável por seu
aprimoramento e divulgação.
Após
Bacon, muito se pensou e escreveu sobre a ciência, especialmente devido aos
avanços e descobertas dos séculos seguintes. René Descartes desenvolveu seu
método, houve as contribuições e discussões de Galileu Galilei, Isaac Newton,
Gottfried Leibniz e outros. Deste aumento considerável de pensadores que
detiveram tempo acerca do campo da filosofia da ciência podem-se escolher
alguns para comentar suas importantes ideias. Entre eles, David Hume e Karl
Popper.
David
Hume (1711-1776), filósofo escocês, criticou fortemente as bases da ciência e
da filosofia. A partir do pensamento de John Locke (1632-1704), Hume levou o
empirismo, isto é, a ideia de que todo o nosso conhecimento tem origem na
experiência (nos cinco sentidos), até as últimas consequências. Para ele, se
nosso conhecimento ocorre após a experiência significa que não podemos deduzir
eventos futuros. Significa dizer que não há nada no mundo que garanta que as
leis que regem o universo hoje serão as mesmas amanhã. Por mais que o homem
observe há milênios o sol aparecer todos os dias, nada garante o seu
aparecimento amanhã, e por isso a ciência não pode tomar suas conclusões como
verdades absolutas.
No
século XX, o filósofo austríaco, Karl Popper (1902-1994) criticou a forma de
fazer ciência a partir da indução, o método defendido por Bacon. Para Popper, o
método indutivo não garante a validade de suas conclusões. Afirmou isso, pois
não é possível ter acesso a todos os fatos particulares para ser possível
chegar a conclusões. Um cientista pode observar cisnes durante 20 anos e
perceber que todos os cisnes observados são brancos, mas ele não pode concluir
que “todos” os cisnes são brancos. Se ele concluir isto, bastará a existência
de apenas um cisne negro para invalidar sua tese. Com isto, Popper defenderá
que o papel da ciência é falsear as suas conclusões a partir do método
dedutivo, partindo de conclusões universais para a verificação particular. O
papel da ciência é verificar se suas conclusões são verdadeiras, tentando
falseá-las com a experimentação.
Francis Bacon - A figura mais importante para a Filosofia da Ciência
Fonte:
Vídeo
aula:
https://youtu.be/dq9NU31PqwU Filosofia
Moderna e seus efeitos.
Exercícios Aplicados – 283 e 284.
1.
Explique a
seguinte afirmação: tanto a Filosofia quanto a Ciência moderna diferenciam-se
do senso comum.
2.
UEL-PR
Leia o seguinte texto de Francis Bacon
e responda à questão.
[...] é necessário, ainda, introduzir-se um método
completamente novo, uma ordem diferente e um novo processo, para continuar e
promover a experiência. Pois a experiência vaga, deixada a si mesma [...] é um
mero tateio e presta-se mais a confundir os homens que a informá-los. Mas
quando a experiência proceder de acordo com leis seguras e de forma gradual e
constante, poder-se-á esperar algo de melhor da ciência. [...] A infeliz situação
em que se encontra a ciência humana transparece até nas manifestações do vulgo.
BACON, F. Novo organum ou verdadeiras indicações acerca da
interpretação da natureza.
São Paulo: Abril Cultural,
1973. p. 72, 99-100.
Com base no texto e no pensamento de
Francis Bacon acerca da verdadeira indução experimental como interpretação da
natureza, é correto afirmar:
A. Na busca do conhecimento, não se
podem encontrar verdades indubitáveis sem submeter às hipóteses ao crivo da
experimentação e da observação.
B. A formulação do novo método
científico exige submeter a experiência e a razão ao princípio de autoridade
para a conquista do conhecimento.
C. O desacordo entre a experiência e a
razão, prevalecendo esta sobre aquela, constitui o fundamento para o novo método
científico.
D. Bacon admite o finalismo no processo
natural, por considerar necessário ao método perguntar para que as coisas sejam
e como são.
E. O estabelecimento de um método
experimental, baseado na observação e na medida, aprimora o método escolástico.
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