9º Ano - Totalitarismo de Direita
Definição de Direita
Direita é uma
palavra usada para representar um posicionamento político, partidário e
ideológico. De acordo com o conceito das Ciências Políticas o posicionamento
político de direita é marcado por características mais conservadoras em relação
a aspectos sociais e de governo.
Quando uma pessoa se
identifica com a ideologia política de direita ela costuma dar prioridade aos
direitos individuais em relação aos direitos coletivos. Também é comum que
considere valores religiosos e tradicionais como fundamentais para a sociedade.
O que a direita defende?
A ideologia política
de direita entende que a sociedade será melhor organizada se os direitos
individuais tiverem prioridade sobre os direitos de todos, ou seja, da
coletividade. É um posicionamento considerado mais conservador.
A direita também
defende que o poder do Estado seja limitado, que os governos não tenham tanto
poder sobre o funcionamento e a regulamentação dos setores da sociedade e das
empresas. Isso significa que parte da responsabilidade deve ser dos cidadãos e
não do Estado.
A direita também
acredita no conceito de livre mercado, em que as empresas tenham liberdade para
agir e se regulamentar por conta própria, sem sofrer intervenção por parte do
Estado.
Origem da direita no cenário político
Para entender melhor
a origem do conceito de direita na política é necessário entender o que
aconteceu na época da Revolução Francesa, no final do século XVIII.
O termo direita era
usado para se referir ao grupo de parlamentares que sentava ao lado direito do
presidente da Assembleia Nacional, enquanto elaboravam as leis que iriam reger
a República. Esses políticos defendiam ideais e leis mais conservadoras e
tradicionalistas.
Essa forma de
organização acontecia em confronto com os políticos que sentavam à esquerda na
Assembleia, que defendiam propostas políticas mais radicais, que buscavam
mudanças na sociedade e defendiam interesses de grupos mais populares.
Foi a partir desta
configuração que as ideias políticas diferentes passaram a ser associadas aos
termos direitos ou esquerdos. Os termos começaram a ser usados para definir a
preferência política de cada pessoa: como conservador ou revolucionário.
Fonte:
O
Fascismo
Com o fim da Primeira
Guerra Mundial (1914–1918), a Itália foi ignorada nos tratados que selaram o conflito. O
desgaste social e econômico mal recompensado mobilizou diferentes grupos
políticos engajados na resolução dos problemas da nação italiana. No ano de
1920, uma greve geral de mais de dois milhões de
trabalhadores demonstrava a situação caótica vivida no país. No campo, os
grupos camponeses sulistas exigiam a realização de uma reforma agrária.
Crescimento do fascismo na Itália
A mobilização dos grupos trabalhadores trouxe à tona o
temor dos setores médios, da burguesia industrial e dos conservadores em geral.
A possibilidade revolucionária em solo italiano
refletiu-se na ascensão dos partidos socialista e comunista. De um lado, os
socialistas eram favoráveis a um processo reformador que traria a mudança por
vias estritamente partidárias. Do outro, os integrantes das facções comunistas
entendiam que reformas profundas deviam ser estimuladas.
O processo de divisão ideológica das esquerdas acontecia
enquanto os setores conservadores e da alta burguesia pleitearam apoio ao Partido
Nacional Fascista. Os fascistas, liderados por Benito
Mussolini, louvavam uma ação de combate contra os focos de
articulação comunista e socialista. Desse modo, o “fasci di combattimento” (fascismo de combate) passou a atacar jornais, sindicatos e
comícios da esquerda italiana.
Criando uma força miliciana conhecida como “camisas
negras”, os fascistas ganharam bastante popularidade em meio às
contendas da economia nacional. A demonstração de poder do movimento deu-se
quando, em 27 de outubro de 1922, os fascistas realizaram a Marcha
sobre Roma. A manifestação, que tomou as ruas da capital italiana,
exigia que o rei Vitor Emanuel III passasse o poder para as mãos do Partido
Nacional Fascista. Pressionado, a autoridade real chamou Benito Mussolini para
compor o governo.
Inseridos nas esferas de poder político central, os
fascistas teriam a oportunidade de impor seu projeto político autoritário e
centralizador. Já nas eleições de 1924, os representantes políticos fascistas
ganharam a maioria no parlamento. Os socialistas, inconformados com as fraudes do
processo eleitoral, denunciaram a estratégia antidemocrática fascista. Em
resposta, o socialista Giacomo Matteotti foi
brutalmente assassinado por partidários fascistas.
Mussolini já tomava ações no sentido de minar as
instituições representativas. O poder legislativo foi completamente
enfraquecido e o novo governo publicou a Carta de Lavoro, que declarava as intenções da nova
facção instalada no poder. Explicitando os princípios fascistas, o documento
defendia um Estado corporativo onde a liderança soberana de Mussolini
resolveria os problemas da Itália. No ano de 1926, um atentado sofrido por
Mussolini foi a brecha utilizada para a fortificação do Estado fascista.
Repressão e corrida imperialista
Os órgãos de imprensa foram fechados, os partidos políticos (exceto o
fascista) foram colocados na ilegalidade, os camisas negras
incorporaram-se às forças de repressão oficial e a pena de
morte foi legalizada. O Estado fascista, contando com tantos poderes,
aniquilou grande parte das vias de oposição política. Entre os anos de 1927 e
1934, milhares de civis foram mortos, presos ou deportados.
O apelo aos jovens e à família instigou grande apoio popular ao regime
do Duce (forma como os italianos referiam-se a Mussolini).
Em 1929, os acordos firmados com a Igreja no Tratado de Latrão aproximaram
a população católica italiana ao regime totalitário. Ao mesmo tempo, o
crescimento demográfico e o incentivo às obras públicas começaram a reverter os
sinais da profunda crise que tomava conta da Itália. O setor agrícola e
industrial passou a ganhar considerável incremento, interrompendo o processo
inflacionário da economia.
Com a crise de 1929, a prosperidade econômica vivida nos primeiros anos do
regime sofreu uma séria ameaça. Tentando contornar a recessão econômica, o
governo de Benito Mussolini passou a entrar na corrida imperialista. No ano de
1935, os exércitos italianos realizaram a ocupação da Etiópia. A pressão das
demais potências capitalistas resultaria nas tensões que desaguaram na
deflagração da Segunda Guerra Mundial (1939–1945), momento em que Mussolini aproxima-se do
regime nazista alemão.
Fontes:
Vídeo aula:
https://youtu.be/iz8Ngtmw0lk A
ascensão fascista italiana.
https://youtu.be/z2_h7o9y0w0
Benito Mussolini.
Nazismo
Alemão
A expressão “Nazismo”
deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura para o “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”,
organizado por Adolf Hitler na
década de 1920. Para se compreender as principais características do Nazismo é
necessário saber algumas informações importantes sobre o contexto no qual ele
se desenvolveu.
Em 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial,
a Alemanha, tendo perdido a guerra, foi submetida a humilhações e cobranças por
parte dos países vencedores. A população ficou marcada por essas humilhações e
por vários outros efeitos da guerra, que se refletia em todos os setores:
econômico, social, cultural etc. Essa atmosfera pós-Primeira Guerra produziu um
enorme ressentimento nos alemães com relação aos outros países, fato que
revigorava o extremismo nacionalista na
Alemanha, originado ainda na segunda metade do século XIX.
A reorganização política da
Alemanha após a Primeira Guerra ficou conhecida como a República de Weimar,
cidade onde foi elaborada a Constituição que deu as novas diretrizes políticas
ao país. O Nazismo articulou-se dentro da República de Weimar com vários
outros partidos e facções políticas e paramilitares que fizeram pressão contra
o novo poder instituído. Entre essas outras facções, havia o movimento
espartaquista, uma facção comunista influenciada pela Revolução Russa, de 1917, e liderada por Rosa Luxemburgo.
Do ponto de vista econômico,
a República de Weimar conseguiu resultados satisfatórios entre os anos de 1924
e 1929, principalmente por conta de investimentos estrangeiros, sobretudo
vindos dos Estados Unidos. Entretanto, com a Grande Depressão
Americana, a Quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929,
a economia alemã naufragou junto com a de seu principal investidor. Essa nova
situação de declínio econômico favoreceu a radicalização das propostas do
Nazismo.
Adolf Hitler
Adolf Hitler, nascido em 1889 na Áustria, havia
participado da Primeira Guerra como soldado combatente da Tríplice Aliança.
Após a guerra, Hitler passou a integrar um grupo de ex-combatentes, de
trabalhadores e de membros da classe média alemã que desenvolveu uma ideologia
cujo objetivo era resgatar a dignidade política da Alemanha, o passado glorioso
alemão, isto é, dar continuidade aos dois grandes impérios que a Alemanha já
havia protagonizado. Esse grupo fundou o Partido Nazista, que se tornou o
suporte político para o desenvolvimento do que Hitler denominou “Terceiro Império”
(Terceiro Reich).
Ainda antes da derrocada
econômica de 1929, Hitler e seus aliados tentaram tomar o poder. Em 1923, os
nazistas articularam um golpe no Estado da Baviera e acabaram sendo presos e
condenados. Na prisão, Hitler aperfeiçoou sua ideologia e a deixou registrada
no livro “Minha Luta” (“Mein Kampf”). Todo o programa que o Partido Nazista
viria a executar estava nesse livro. Por meio do Partido Nazista, Hitler
conseguiu, gradativamente, eleger representantes no parlamento da República de
Weimar e também chegar ao segundo posto mais importante da chefia do país: o de
chanceler, ficando apenas abaixo do presidente Von Hindenburg.
Em 1933, após o parlamento
alemão ter sido criminosamente incendiado (e o crime ter sido reportado aos
comunistas), Hitler e os nazistas passaram a pressionar o presidente Hindenburg
a lhe dar maiores poderes. A partir desse ano começou propriamente a ditadura
nazista. Com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler agregou à sua pessoa os
títulos de chanceler, de presidente e de “führer”, senhor e líder, de todos os alemães.
O regime nazista passou a ter um caráter completamente totalitário.
Características do Nazismo
As características principais
do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder derivou-se das ideias de
Hitler desenvolvidas no período da prisão. O controle da população por meio da
propaganda era uma de suas principais ferramentas. O uso do rádio e do cinema
foi decisivo nesse processo para que as ideias nazistas fossem propagadas.
O antissemitismo era uma dessas ideias. O ódio
aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha
enfrentava, sobretudo problemas de ordem econômica, intensificou-se no período
nazista. Esse fato culminou no Holocausto – morte de mais de seis milhões de
pessoas em campos de concentração (a maioria, judeus).
Associado ao antissemitismo, estava a noção racista e eugenista
da superioridade do homem branco germânico, ou da raça ariana, e a construção
de um “espaço vital” para que essa raça construísse seu império mundial. Esse
espaço vital compreendia vastas regiões do continente europeu, que segundo os
planos de Hitler deveriam ser invadidas e conquistadas pelos germânicos, já que
a raça estava incumbida, por conta de sua superioridade, de se tornar “senhora”
sobre os outros povos.
As ideias de Hitler convenceram boa parte da população
alemã, que acreditavam que a sua figura de líder era a garantia de uma Alemanha
próspera e triunfante. Essas características do nazismo conduziram a Alemanha à
Segunda Guerra Mundial, uma guerra ainda mais sangrenta que a anterior, e ao
horror da “indústria da morte” verificada nos campos de extermínio.
Fontes:
Vídeo Aula:
https://youtu.be/zu3rThEoyAA
Nazismo parte I.
https://youtu.be/hFyTsUQiveY
Nazismo parte II.
https://youtu.be/tzoJFzpLQ2k
Ascenção do Nazismo.
https://youtu.be/qdk89H6ct5Q
Cena do Filme: “Ele esta de volta”.
https://youtu.be/cTc_TcAQXhI
Discurso Final Filme O Grande Ditador de Charlie Chaplin de
1940 - Colorido e Dublado.
Franquismo e a Guerra Civil Espanhola
O franquismo,
assim como o salazarismo em Portugal, foi uma modalidade de fascismo praticada na Espanha que faz referência à
figura do general Francisco Franco (1892-1975), que esteve no poder desse país de
1939 a 1975, quando morreu. O franquismo é um termo usado para definir tanto o
modo de se fazer política de Francisco Franco quanto o culto à sua
personalidade.
O general Franco passou a destacar-se como figura pública
na Espanha a partir do momento em que a República Espanhola, que havia sido
instituída logo no início da década de 1930, passou a ser contestada por
setores conservadores e por militares ligados a esses setores. A contestação
dava-se pelo fato principal de ser a república eminentemente de esquerda,
controlada pela Frente Popular.
Em julho de 1936, Franco e
outros membros do exército que eram simpatizantes do fascismo desenvolvido na
Itália, e do nazismo, desenvolvido na Alemanha, como Gonzalo Queipo
de Llano, Emilio Mola e José Sanjturjo, articularam um golpe contra o governo
de esquerda. Como esse governo era apoiado pela URSS, de Stálin, e Franco e os
demais fascistas eram apoiados por Hitler, Mussoloni e Oliveira Salazar, de
Portugal, logo se instalou uma guerra civil na Espanha que duraria até o ano de
1939.
Em meio a essa guerra, no ano
de 1937, os nazistas que apoiavam Franco bombardearam a cidade de Guernica com
o objetivo de testar seu maquinário militar que seria utilizado na Segunda Guerra Mundial. A vitória das forças fascistas
espanholas lideradas pelo general Franco consolidou-se em 1939, ano em que se
iniciou o segundo conflito mundial. Com o fim da Segunda Guerra em 1945, o
fascismo tornou-se um modelo político desprestigiado, entretanto, Franco e
outros líderes, como Salazar, continuaram a ostentar o seu poder autoritário.
Da década de 1940 à década de 1970, o governo de Franco procurou engendrar, tal
como tipicamente se fazia nos regimes fascistas, uma máquina de propaganda para
enaltecer a figura do ditador. Associada a essa máquina de propaganda, uma
manipulação da memória histórica da nação espanhola também foi gestada. A
pesquisadora Janete Abraão, em seu ensaio.
“O dois de maio, a 'Guerra de
Independência e a Memória manipulada durante a Guerra Civil e o Franquismo'”,
acentuou bem a forma como o franquismo usou a memória da luta da Espanha contra
o imperialismo napoleônico do início do século XIX a seu favor:
“Cabe afirmar que o mito da 'Espanha indomável' de 1808, que se
opõe à dominação estrangeira, teve enorme repercussão durante o regime
franquista (1939-1975). Mas há que se levar em consideração o fato de que, o
franquismo, não fez senão capitalizar, em seu interesse, o discurso romântico
nacionalista, tradicionalista e católico de fins do século XIX, com toda a sua
carga emocional. Foi nesse sentido que o franquismo relacionou o Dois de Maio
de 1808 ao Dezoito de Julho de 1936. Dessa forma, a historiografia de cunho
franquista não duvidou em afirmar que os acontecimentos históricos de maior
transcendência para a 'pátria espanhola' eram a 'Guerra de Independência'
(1808-1814) e a “Guerra de Libertação” (1936-1939).” (Abrão, Janete.
“O dois de maio, a 'Guerra de Independência e a Memória manipulada durante a
Guerra Civil e o Franquismo'”. In: Abrão, Janete (org.) Espanha: política e cultura. Porto Alegre: EDIPUCRS,
2010. p. 25)
Dessa forma, o franquismo procurou
instituir uma imagem particular da história espanhola ajustada ao seu
interesse. Essa perspectiva só foi revista e discutida após a morte de Franco e
o processo de redemocratização da Espanha, que só se deu a partir de 1978.
Fonte:
Vídeo aula:
https://youtu.be/ryBf8aNyJ6E
Franquismo e a Guerra Civil Espanhola.
https://youtu.be/2zjtBvU3D-U
Pablo Picasso e sua biografia.
Exercícios de aplicação: págs. 215 a
219.
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